A luta atual do feminismo, que reúne o coletivo de mulheres, mas também convoca os homens à participação em um novo cenário sociopolítico
Que já estamos em uma nova era do feminismo, parece não
haver dúvida. Ainda que as fronteiras entre a tradição e os novos ares do ambiente social continuem em choque, e se estranhem
no percurso que vai da intolerância, passa pela indiferença, até chegar ao patamar da compreensão, os efeitos sensíveis tendem a revelar gradual adaptação do chamado senso comum à realidade. A luta atual do feminismo, que reúne o coletivo de mulheres, mas também convoca os homens à participação em um novo cenário sociopolítico, não se limita apenas ao aspecto formal da lei, naquilo que exige o m da violência contra o corpo e a consequência inevitável em desfavor da dignidade da mulher, mas se lança à democrática conquista pelo aprimoramento e a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade.
Conquanto os avanços tenham sido signi cativos no campo da remuneração individual, quando se foca a atenção somente em casos pontuais de mulheres que alcançaram valorização pro ssional à altura da sua capacidade, na grande maioria elas ainda continuam sendo avaliadas em circunstâncias que as desprestigiam no lugar de apontar-lhes oportunidades que as recomendem aos melhores cargos da hierarquia funcional, na justa e livre concorrência com todos os homens, sob o princípio de “trabalho igual, salário igual”.
Outro aspecto não menos importante é o do respeito à identidade moral, aqui signi cando o capital de dignidade a que já nos referimos, e que dá à mulher, além da necessária preservação da privacidade do seu corpo físico, a garantia de que se trata antes de um ser humano e, como tal, deve contar com a ampla e irrestrita proteção da sociedade. Nas manifestações femininas, quer nos lugares públicos quanto nos espaços restritos a representações de classe, conquanto se observem as bizarrices das aparições “top less”, o que até pode ser considerado um descrédito se colocado na balança de uma avaliação isenta, as mulheres propõem um novo discurso no tratamento, não somente da maneira como querem
ser vistas, na condição de produtoras de ideias e riquezas, mas, principalmente, no relacionamento maduro que apontem com clareza a fronteira entre o desejo consentido e as impropriedades do comportamento autoritário e infantil.
Daladier Carlos